Campanha ‘Pelo Fim da Violência Obstétrica’

A Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP) vai assinalar o dia 25 de Novembro — Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres — com o lançamento da campanha “Pelo Fim da Violência Obstétrica”, apelando a um parto respeitado para todas as mulheres.

Apesar de bastante comum, a violência obstétrica continua a ser uma forma de violência pouco reconhecida. A violência obstétrica é a violência contra as mulheres no contexto da assistência à gravidez, parto e pós-parto. As formas mais correntes de violência obstétrica incluem abusos físicos ou verbais, práticas invasivas, uso desnecessário de medicação, intervenções médicas não consentidas, humilhação, desumanização e recusa de assistência ou negligência pelas necessidades da mulher.

O inquérito  “Experiências de Parto em Portugal”, realizado pela APDMGP e ao qual responderam mais de 3.800 mulheres, revela que 43,5 por cento das mulheres inquiridas não tiveram o parto que queriam. Prova disso é a petição pública de 2017 “Pelo fim da Violência Obstétrica nos blocos de parto dos hospitais portugueses”, que em apenas três dias ultrapassou o número de assinaturas necessárias para ser submetida na Assembleia da República, e conta hoje com quase cinco mil assinaturas.

“É preciso fazer em relação à violência obstétrica o caminho que já se fez e continua a fazer no que toca à violência doméstica: instituir uma política de tolerância zero para com as agressões físicas, verbais e emocionais à mulher no contexto da gravidez, parto e pós-parto”, refere Isabel Valente, vice-presidente da APDMGP. “O reconhecimento desta forma de violência contra as mulheres, num dos momentos mais importantes, poderosos e ao mesmo tempo frágeis da sua vida, é absolutamente necessário e urgente, pois temos que apoiar as vítimas, penalizar os agressores e adotar ações para a eliminação deste tipo de abusos”.

A violência obstétrica pode afetar a recuperação física e psicológica da mulher durante o puerpério, a sua autoestima, vida sexual, saúde mental e por conseguinte a sua relação com o bebé, comprometendo o sucesso da amamentação e o saudável desenvolvimento do recém-nascido.

A violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos. A APDMGP acredita que a sua prevenção é possível e essencial, e apela à participação de toda a sociedade na erradicação deste flagelo.

Participa na campanha “Pelo Fim da Violência Obstétrica” enviando para geral@associacaogravidezeparto.pt uma foto e frase tuas que ilustrem o que é para ti um parto respeitado e/ou porque razão consideras importante que os partos sejam respeitados. Convidamos mães, pais, profissionais de saúde e de assistência à gravidez, parto e pós-parto e todos os que se sintam mobilizados por esta causa a participar, juntando o seu rosto e voz ao nosso apelo.

#PeloFimdaViolênciaObstétrica #PartoRespeitado

 

Créditos da imagem: May 28