Nasci no Rio de Janeiro, Brasil, onde me formei em Psicologia e me especializei em Psicologia Médica. Minha atuação como psicóloga no Brasil se deu predominantemente no contexto hospitalar. Contudo, foi a partir da minha gravidez que percebi como a autonomia das mulheres nos cuidados obstétricos muitas vezes não era preservada. Esta experiência me atentou para a desvalorização da saúde mental materna, sobretudo os impactos causados por experiências negativas de gravidez e parto.
Atualmente finalizei um projeto de investigação sobre Violência Obstétrica, no âmbito do meu mestrado em Psicologia da Justiça pela ULP, e mantenho a investigação sobre o fenómeno. Neste contexto percebo o impacto para as mulheres da normalização de práticas que desrespeitam os direitos das mulheres na gravidez e parto, o que torna urgente a atuação nesta causa.
Sendo o trabalho da APDMGP essencial para as mudanças necessárias neste contexto em Portugal, juntei-me a associação com o objetivo de trabalhar em prol dos direitos das mulheres, nomeadamente na luta para proporcionar uma experiência de gravidez e parto respeitada e protagonizada pela mulher, e para uma maior visibilidade dos impactos da violência obstétrica para a saúde mental materna.