Somos os rostos mais directos Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP), mas, por trás de nós, está cada uma, cada um de vocês. Mulheres, homens, famílias que nos fazem acreditar que a nossa associação é, não uma feliz coincidência de vontades e atitudes, mas a voz de uma sociedade que cada vez está mais alerta, mais unida, mais motivada e organizada. Onde finalmente há espaço para falar sobre a humanização, e se pode, finalmente, alterar a confusão entre segurança e eficiência, e, frieza e crueldade, deixando as primeiras de ser uma justificação para as segundas; onde há força e união de um grupo de mulheres, de cidadãos que querem contribuir e agir para um mundo melhor, mais humano, com mais dignidade e respeito; Em que os casais serão esclarecidos, nas suas dúvidas, e, de forma segura e humana, lhes sejam apresentadas opções e alternativas respeitando as suas decisões com todo o zelo pela sua dignidade e individualidade; Onde as várias vozes que procuravam um parto respeitado se unem e se tornam mais fortes nesta união procurando que este seja uma realidade através de um processo construtivo em que todos se envolvem; Onde ouvindo e respeitando os nossos excelentes profissionais na área da assistência ao nascimento se promove um diálogo efetivo entre estes e as mulheres, alterando paradigmas e protocolos hospitalares, conseguindo o que está consagrado na lei portuguesa referente à possibilidade de cada mulher/família ter acesso, através do SNS, gratuitamente, a uma enfermeira especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica para vigilância da sua gravidez, parto e pós-parto, com vista aos cuidados de continuidade, centrados na mulher/família e com foco no processo natural de nascimento; Onde queremos também alertar, e alterar, a maneira como a perda gestacional é vista e tratada, dando-lhe voz, valorizando-a no apoio físico e emocional às mulheres e famílias que por ela passam; assim como outras vivências e experiências, antes tabu, ou desvalorizadas, vão ser passíveis de ser faladas e ouvidas dando-lhes, não só voz, mas uma voz digna, construtiva e unificadora pois, só desta forma, conseguiremos todos juntos empoderar as mulheres e os profissionais para que o parto deixe de ser visto, socialmente, maioritariamente, como um momento centrado na dor, impotência e sofrimento, dando-lhe o devido protagonismo na representação do momento poderoso, belo, empoderador e transformador, não só individual, mas também socialmente, que o nascimento é.
Porque todos juntos podemos nascer, e fazer nascer, muito melhor!
– A equipa da APDMGP